Lampião por Ele Mesmo, de Paulo Medeiros Gastão

Lampião por Ele Mesmo, de Paulo Medeiros Gastão

Diz o velho adágio: quanto mais cabra, mais cabrito. Quanto mais adentramos ao cangaço, mais idéias etemas afloram nossa mente.

Garimpar o cangaço é a única fórmula de manter viva a chama da historiografia do povo nordestino. O campo é vasto e recheado de informes dignos de registros.

Acreditamos ser o cangaço uma temática propícia à geração de novos títulos, que são aguardados por neófitos e veteranos, voltados para tão eletrizante leitura.

A figura de Virgolino Ferreira da Silva ou Capitão Lampeão é merecedora de novas investidas na busca do entendimento e compreensão dos fatos acontecidos com as comunidades sertanejas.

Tanto Virgolino, quanto Lampeão continuam sendo polêmicos na sua própria essência. Existe vigor e determinação quando buscamos o começo da saga deste nordestino e atingimos seu final com a mesma intensidade e

resolução.

Durante o tempo em que realizamos a pesquisa dúvidas mil se colocaram entre nós e o personagem. Dentre algumas interrogações, formulamos as seguintes interpelações: Teria Lampeão assim se pronunciado? Este pensamento é mesmo de Virgolino?

E os poemas, são de sua autoria? Que teria acontecido, caso tivesse usado sua estratégia nas hostes do exército brasilei-

ro?

As citações não estão em ordem cronológica, fundem-se posicionamentos de Virgolino e de Lampeão. Tempo e espaço formam um único universo. 

Impossível caracterizar com pormenores, desde que, seguimos a literatura oral, escritores, cordelistas, jornalistas que viveram a época e outros que percorreram as caatingas no inicio da década de 40, no século XX.

A ortografia é representada pelo linguajar comum do cangaceiro, assim como, a atual e, as vezes, o somatório de ambas.

Buscamos na íntegra todos os registros, sem macular ou mudar os conceitos emitidos pelos escritores. Ao final do trabalho de cada um deles, está registrado o número em negrito e entre parênteses, que corresponde a numeração estabelecida na bibliografia.

A bibliografia não segue a ordem alfabética, desde que, nossa pesquisa não se prende a estilo rígido de ordem cronológica, e sim, tornar a leitura a mais aprazível possível.

As frases escritas entre parênteses são atribuídas a Virgolino ou a Lampeão, seguindo-se os comentários ou informações do Autor.

Homem e mito se confundem ao longo da vida. Frases curtas e objetivas definem a capacidade de liderança estabelecida pelo vilabelense. 

A objetividade é uma constante nos seus pronunciamentos. Ao falar o célebre cangaceiro imprimia segurança aos membros do seu bando.

Sua palavra era lei nos sertões nordestinos. Falou, tá falado.

Nosso propósito, neste trabalho, é avivar a memória dos leitores que acompanham a saga do cangaço, como também, facilitar aos pesquisadores que desejem fazer citações sobre o personagem. 

A síntese desse trabalho poderá facilitar o entendimento necessário, voltado a uma figura carismática

e polêmica.

Lampeão conduz uma bagagem de líder, valente, somado a alegria, música, como também a dor e tristeza. É um personagem que está nas entranhas do povo, distante da elite, atrela-se a um mundo de gente culta. 

Suas proezas são aqui mencionadas, caracterizadas pelo próprio, para assim nos aproximarmos da sua personalidade, como também, da forma de vida que teve de abraçar ao longo da sua existência.

Deixamos com voce, caro leitor, a radiografia de um homem que nasceu no século XIX e que, no presente século XXI, é admirado e condenado. É a vida.